sábado, setembro 30, 2006

HUMILHAÇÕES REVOLTANTES



Já fui apelidada de burra, cabra, loira, jumento, “macha”, alimária… Com o devido respeito que me merece toda essa bicharada, cheguei a detestá-los… mas como não têm culpa da pequenez do “humano”, deixei-me de ódios e passei a concentrar-me nos meus mais directos semelhantes, para nesses, sempre sob minha observação, lhes aplicar o cognome que melhor lhes caiba… muito embora não o apregoe aos sete vento…

Pois bem, prefiro até ser burra do que oportunista. Há tanta gente por aí a usufruir de benesses, por ser oportunista…

Mas pior, há quem usufrua da benevolência de outrem, para funcionar como um verdadeiro parasita… e o pior é, se os sentimentos se misturam…

Mas tanto pior passa a ser o estado de revolta, quando no meio de isto tudo se é preterido, se é apenas considerado como coisa útil… isto é ser-se materialista… e funciona a máxima, que se és meu amigo, nada pode ser tido com sentido enviesado… entretanto, agem com perfeita rejeição em relação aos amigos, desfeiteando a sua forma de ser ou estar ou criticando veladamente o que não passa de subterfúgio ou justificação para…

Outra das minhas observações, direcciona-se para muitas das pessoas que dado a sua faixa etária, mostram repulsa por aqueles que já passaram por essa época há muito… chegam a mostrar sentirem-se enojados, pelas rugas, pelas próteses, pelas ideias… e tanto mais… para esconder o quê? Para camuflar que postura? Para coroar éticas, que não passam de cortinado, para ocultar o palco das suas existências…

Depois de ter chegado aqui, deixo bem patente a revoltante humilhação que sinto, quando me encontro dentro de toda esta amálgama, confrontada com todas as próteses, todos os odores a tabaco… ou toda a fraseologia que aplico, para encobrir o que tudo isto magoa, que causa frustração, que baixa a auto-estima e faz sofrer…

Mas sempre me questiono: serei a única pessoa que atravessa este deserto?...

30.09.06
isabel

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