domingo, janeiro 30, 2005

HOMENAGEM



Novidade: Há um novo monumento
num largo da minha cidade.
É feito das dores do pensamento
E erigido em honra da verdade...


É alto, esguio e cinzento
como uma Torre de Menagem,
para vigiar a raiz do pensamento
e aos da verdade, ser homenagem.


Chora a mentira de raiva
por não ser contemplada,
por ser esquecida e não falada...


A verdade não tem raiva...
É simples, bela e airosa,
como qualquer pétala de rosa...

20.01.005

sábado, janeiro 29, 2005

ÓDIO, RAIVA, IRA



Um ódio devastador
arrasa meu pensamento,
abala todos os sentidos
e aquela palavra “amor”
que só leva ao tormento
é caminho de passos perdidos...
A raiva que reina no sentir
cheia de ódio e dor
mergulha dentro de nós
fazendo em ondas repercutir
que não são sentidos d’amor
ou lágrimas surdas, sem voz...
E toda a ira em explosão,
como em guerra declarada,
deixa-me minada de revolta
porque a razão não tem razão
nem poderá ser explicada
porque apenas é pássaro à solta...


20.01.005

quinta-feira, janeiro 20, 2005

MAR AMADO


Deitei a minha alma sofredora
numa onda azul, baloiçante.
Deixei-me numa calma enganadora
e parei a respiração ofegante...


A espuma na crista, branquinha
deixou-me imaginar, deliciada
que a espuma era a rendinha
do manto onde estava deitada...


Por momentos, plena de felicidade
abandonada à deriva no Mar
esqueci todo o mal e crueldade.


Libertei-me de toda a solidão
e fiquei livre para Amar
a liberdade desta imensidão....


03 Set. 1997

MONUMENTO


Numa noite cálida e de luar,
o Mar brilhante azul prateado,
naquele vai-e-vem de embalar,
jurei solenemente seres meu amado...


Noites e noites passaram, sem parar
dando ao meu sonho adorado
mil vidas, sem jamais as realizar,
esperando apenas dar vida ao desejado...


Milénios vagueando no Firmamento,
deixando-te satélite de meu pensamento,
vivi sem viver, para o teu amor...


E no dizer que se foi num lamento
e nestas cinzas espalhadas pelo vento,
eis-me Monumento erguido à Dor... ... ...


13.05.91

quarta-feira, janeiro 19, 2005


Deitei a minha alma sofredora
numa onda azul, baloiçante.
Deixei-me numa calma enganadora
e parei a respiração ofegante...


A espuma na crista, branquinha
deixou-me imaginar, deliciada
que a espuma era a rendinha
do manto onde estava deitada...


Por momentos, plena de felicidade
abandonada à deriva no Mar
esqueci todo o mal e crueldade.


Libertei-me de toda a solidão
e fiquei livre para Amar
a liberdade desta imensidão....

03 Set. 1997

terça-feira, janeiro 18, 2005

O TEU SONETO


Dizei-me amor meu, que te sou querida
Repete-me vezes sem fim deste amor eleito
E busca todo o carinho em meu peito
Para hoje, sempre, toda a vida....


Colabora na minha tarefa preferida
Do dia a dia, feita sem preceito
E enche de doçura esta tua querida
Para não lhe deixares o coração desfeito...


Nesta escura vala, amor, me afundo,
Já sem crenças, mitos, nem ternura,
Agonia atroz dum moribundo....


Imploro que escutes, amor,
Trazei-me rios de candura,
Límpidos, brilhantes e sem dor.....

25.01.77

PARA O PASSADO


Fechando os olhos, és como te vejo
És tu. Só tu e gente como também sou.
Respirando o teu ar, eu sigo-te e vou,
qual borboleta tonta de desejo...


Estando absorta na angustiante saudade
Imortal momento jamais sentido,
Revivo toda a excitação duma verdade:
Agora e para sempre, até à Eternidade.


Mil vezes obrigada. Muitas agradecida,
Estamos agora solidários e unidos.
Uma nova Estrela brilhou, enternecida...


A mais bela razão de existir: Verdade!
Mais e cada vez mais queridos...
Ontem, hoje, amanhã...sempre realidade?!


26.04.80

segunda-feira, janeiro 17, 2005


Dizei-me amor meu, que te sou querida
Repete-me vezes sem fim deste amor eleito
E busca todo o carinho em meu peito
Para hoje, sempre, toda a vida....


Colabora na minha tarefa preferida
Do dia a dia, feita sem preceito
E enche de doçura esta tua querida
Para não lhe deixares o coração desfeito...


Nesta escura vala, amor, me afundo,
Já sem crenças, mitos, nem ternura,
Agonia atroz dum moribundo....


Imploro que escutes, amor,
Trazei-me rios de candura,
Límpidos, brilhantes e sem dor.....

25.01.77

ROSAS SECAS


Liberta de regras, minha poesia
apenas é a voz do pensamento.
É rica do meu mundo de fantasia
e deixa escoar meu sofrimento...

Sem métrica: apenas rimas de dor
de angustia e de tanta ansiedade...
Da triste ilusão num doce amor
que foi, sem nunca ter sido verdade....

Um ramo de rosas secas, descoloridas,
Pousado no meu regaço, envelhecido,
onde deixo minhas lágrimas perdidas...

E um pálido raio de Sol entristecido
deixa que as pétalas amarelecidas
se confundam no negro do meu vestido....

sábado, janeiro 15, 2005

ERROS GENETICOS!

O Tejo passa tão sujo
de lavar humilhações,
que o olho com tristeza
mas sempre com rasgos de esperança...
Os pássaros fazem voos razantes
e quando piam eu fujo:
Tenho medo das ilusões
Ou de ver com clareza
a vida e a morte em dança.
Acasaladas as nuvens, são castelos
de sonhos fechados em prisões
onde não há reis reinantes...

Os lírios navegam no Tejo
como barcos à deriva;
Transportam insectos à toa
e meus sonhos e tormentos
até chegar a Lisboa...
e aí, olho em redor e não vejo
quem me ocupa os pensamentos
e se ilude ao pensar
que não percebo essa angustia
escondida nos castelos d’ilusão
e que toda esta apatia
faz de conta que acreditar
é parte integrante do coração...

A Humanidade é incapaz
de aceitar, compreender e perdoar
os erros genéticos que marcam
os quantos vagueiam perdidos
procurando em vão uma paz
que a guerra de ódios ateia
e sulcando trilhos sem parar
riem e choram desiludidos
e esperançados nos que lhes tragam
a luz ilusória duma paixão
para reganharem alento
e ficarem de novo confundidos...
22.11.04

sexta-feira, janeiro 14, 2005

TANTAS LETRAS E PALAVRAS


Juntamos letras com letras e criamos todas as palavras que quisermos:

As que crias, enganadoras, gravitam no hipotético; são a antítese do que é pretendido dizer, fugindo às regras sociológicas dos “in group”; tão pouco se podem confundir com as pretensas verdades que os princípios filosóficos que defendes, transmitem.

A camuflada mentira, com ilusórias palavras de aparência ingénua e pressupostamente com cariz de encantamento, encerram uma enigmática postura, criando uma teia de autodefesa, uma barreira intransponível, que confunde e perturba ao ler.

A mistificação do pseudo romantismo apenas tem como objectivo a ocultação de qualquer verdade, que pode até nem ser.

Ler as palavras que escreves, numa torrente de energia imaginativa, num tango de avanços e retrocessos a um ritmo perturbativo, impelem ao sonho de belas que são, contudo, são como que um néctar venenoso que estigmatiza e paralisa o mais belo e puro dos sentimentos.

A amplitude do significado das palavras, que pressupostamente são escritas para galvanizar a sensibilidade de quem preferiria palavras, com a simplicidade de uma pétala de rosa, para sentir com muito mais profundidade a mensagem.

As palavras são as mesmas para traduzir o que o passado está a fazer presente. A apoteótica tentativa de dizer o que não dizes e mostrares de diferente forma o que dizes, num diz o que não pensa e que pensa no que não diz, é arrasador.

E depois de ter junto todas as minhas letras e formado todas as minhas palavras com todos os suspiros, angústias, desesperos e ilusões a esfumarem-se em espirais de fumo de ilusões, concluo uma vez mais, que as enganadoras palavras são as que mais alento dão, ao atear uma saudade sem retrocesso.

Quão simples seria essas palavras serem apenas a tradução exacta de um sentir belo. Quão eloquente seria, não serem essas palavras um jogo de enganos, um prometer e retirar para voltar a dar........ e quão belo seria que essas palavras fossem a partilha das que recebes........ porque se as mensagens recebidas são guardadas......... há algo de não fantasioso: Apenas secreto!

quarta-feira, janeiro 12, 2005

AQUELE SONHAR!

AQUELE SONHAR!

Queria tanto enlaçar a mão na tua,
Bela rosa cor viva, carmim,
Perfumada de sonho à luz da lua
Num baile eterno, sem fim...

Ou ser a gota de orvalho matinal
Que de manhã, ao beijar-te, docemente,
Pensasses não haver manhã igual
Porque seria manhã eternamente...

Como amar assim, tão loucamente,
Apenas existe em sonhos de encantar
Ou em velhos livros já esquecidos....

Então, triste e a chorar como demente,
Procuro em vão teu doce olhar
E nossos olhos fugidios ficam perdidos....


ACTUALIDADE

ACTUALIDADE !

Eu disse ao Sol e disse à Lua
que ando tão apaixonada.
Sonho sempre que sou tua,
que sou a tua amada.

Ando louca, de rua em rua,
perdida, desencontrada,
ando a sonhar que sou tua,
procuro e não vejo nada.

Desespero-me com a realidade
e não me sais do pensamento,
mesmo sendo essa a verdade.

O abandono é um tormento,
uma grande fatalidade:
É o meu tema de momento...


SONG FOR A LOVER

SONG FOR A LOVER

To refill my loneliness
You came sweetly,
So sweetly…
For my survival
as a polite guess
You enter in my life slowly,
So slowly…
You, like an admiral,
My days you bless
and you kiss me!
Kiss me…
Your voice is my command
To refill my happiness
And sweetly to clear my darkness…
You came sweetly,
So sweetly!

terça-feira, janeiro 11, 2005

Reflexões

REFLEXÕES

Passo a passo
cauteloso
vais lentamente
armando o laço.
Muito docemente,
caminhas,
como um caçador,
para não seres ameaçador...
Ganhas terreno então,
no meu solitário coração.
Passo a passo
ganhas intimidade
e sem eu sentir
passo a passo
na tua ausência
já tenho saudade...


Depois

DEPOIS

Ontem foi a surpresa já esperada.
Hoje a revolta duma ira adiada.
Amanhã o desespero da ilusão
A angustia de um tempo em vão...

Depois virão dias de saudade.
A procura da dura realidade,
A espera do esquecimento,
Que será sempre um tormento...

Dias felizes foram orvalho matinal
Depois de noites frias e geladas
De uma ilusão sem igual...

Que restará de tudo que se perdeu?
Apenas lágrimas choradas
Por não ter quem julgava meu....

Uma Folha solta


Passo todos os dias pelas mesmas ruas e invariavelmente estaciono o carro nos mesmos parqueamentos, onde não se paga, porque ao fim do mês seria uma renda avantajada e como também, invariavelmente, não me crescem os proventos no fundo da mala, tenho de ser comedida.

Mas como ia dizendo, passo sempre pelas mesmas ruas, até porque, para onde vou, não tenho muitas alternativas nem tempo para outras derivações, mas hoje, e por motivo de obras numa das ruas por onde habitualmente passo e por isso adverso aos meus hábitos, tive de dar uma volta maior e qual não é o meu espanto, que ao estacionar o carro e olhando para cima, vejo voando na direcção contraria àquela onde me encontrava, uma enorme cegonha com um molho de troncos secos no bico. Há anos que não via nenhuma a cruzar os espaços da minha zona.

Pensei que ela iria para o ninho e sem querer, interliguei situações e factos que me levaram a pensar em nós, humanos, que em tantos casos, jamais se lembram que, após um período de nove meses de gestação, nasce um rebentinho, que é sempre o bebé mais belo do mundo para as mães que agem como a cegonha, mas para as outras, para onde dirigi o meu pensamento, nem sequer dedicam uma palavra de amor durante todo o tempo que guardam dentro de si essa grande relíquia.

De repente, dei comigo a pensar que toda a gente fala, e, uma grande maioria fala com preocupação da delinquência juvenil, mas do que ninguém se lembra, ou desconhece, é que essa delinquência pode ter tido o seu início, precisamente, no período de gestação. Então, como modificar o que já vem de início com problemas tão graves?

Creio, na minha modesta opinião, que o melhor seria começar a elucidar detalhadamente, e tão cedo quanto possível, todos os segredos da mente ao nosso alcance e tentarmos preparar as gerações em formação, que são os nossos continuadores, para que estes, venham por sua vez, a dar continuidade a este trabalho de corrigir erros que numa grande parte das vezes podem ser corrigidos.

Quero com isto alertar, que situações de conflitualidade ou de diversas incompatibilidades, podem ser maléficas para o ser em gestação e para a gestante, a qual, poderá estar a ser um veículo prejudicial para o ser que vai dar à luz.

Amor e carinho são essenciais para a formação de qualquer novo ser.





segunda-feira, janeiro 10, 2005

Fragmentos do pensar

O vai e vem das ondas embala meu pensamento num misto de angustia e desespero, que nem o brilho do Mar reflectindo o brilho do Sol atrai minha atenção.
O pensamento balança em desespero por não querer acreditar na mentira envolvente em que deixei enredar o sonho que idealizei.
A lágrima idiota que teima em correr pelo canto do olho, trai o quanto queria ser forte e olhar o espelho de frente...
Construir um sonho sobre uma mentira, jamais poderia ser outra coisa senão um pesadelo... ... como poderia ter acreditado?
Tantas frases falsas que pareceram verdades..........