terça-feira, janeiro 11, 2005

Uma Folha solta


Passo todos os dias pelas mesmas ruas e invariavelmente estaciono o carro nos mesmos parqueamentos, onde não se paga, porque ao fim do mês seria uma renda avantajada e como também, invariavelmente, não me crescem os proventos no fundo da mala, tenho de ser comedida.

Mas como ia dizendo, passo sempre pelas mesmas ruas, até porque, para onde vou, não tenho muitas alternativas nem tempo para outras derivações, mas hoje, e por motivo de obras numa das ruas por onde habitualmente passo e por isso adverso aos meus hábitos, tive de dar uma volta maior e qual não é o meu espanto, que ao estacionar o carro e olhando para cima, vejo voando na direcção contraria àquela onde me encontrava, uma enorme cegonha com um molho de troncos secos no bico. Há anos que não via nenhuma a cruzar os espaços da minha zona.

Pensei que ela iria para o ninho e sem querer, interliguei situações e factos que me levaram a pensar em nós, humanos, que em tantos casos, jamais se lembram que, após um período de nove meses de gestação, nasce um rebentinho, que é sempre o bebé mais belo do mundo para as mães que agem como a cegonha, mas para as outras, para onde dirigi o meu pensamento, nem sequer dedicam uma palavra de amor durante todo o tempo que guardam dentro de si essa grande relíquia.

De repente, dei comigo a pensar que toda a gente fala, e, uma grande maioria fala com preocupação da delinquência juvenil, mas do que ninguém se lembra, ou desconhece, é que essa delinquência pode ter tido o seu início, precisamente, no período de gestação. Então, como modificar o que já vem de início com problemas tão graves?

Creio, na minha modesta opinião, que o melhor seria começar a elucidar detalhadamente, e tão cedo quanto possível, todos os segredos da mente ao nosso alcance e tentarmos preparar as gerações em formação, que são os nossos continuadores, para que estes, venham por sua vez, a dar continuidade a este trabalho de corrigir erros que numa grande parte das vezes podem ser corrigidos.

Quero com isto alertar, que situações de conflitualidade ou de diversas incompatibilidades, podem ser maléficas para o ser em gestação e para a gestante, a qual, poderá estar a ser um veículo prejudicial para o ser que vai dar à luz.

Amor e carinho são essenciais para a formação de qualquer novo ser.





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