terça-feira, setembro 20, 2005

PRAIA DE ALMOGRAVE



As ondas desfaziam-se em tufos de espuma entre as rochas, que quais amantes apaixonados, se deixavam acariciar em turbilhões de carinhos.

Assim, extasiando ante estas vistas tão envolventes, passei uns dias, entre a agonia da saudade e o desespero da distância… mas voltei, e aqui de novo, admirando o meu Tejo passando lá em baixo, como um manto, e, levando os meus pensamentos, volto a escrever, envolta na saudade que não pára de deixar de viver dentro de mim….

Em cada onda daquele mar tão impulsivo fui vendo o desenrolar de sonhos que se iam desfazendo na areia, engolidos por uma sede imensa, como se quisessem que eu também me deixasse absorver e fosse desaparecendo naquela areia macia… e foi lá, que fui perdendo algumas ilusões que os sonhos tinham deixado…

Mas voltei! Voltei para ficar mais só do que partira. Voltei com os olhos naquelas ondas, que revoltas e imprevisíveis, como amores impossíveis, me prenderam aos seus encantos…

3 comentários:

Rui Diniz Monteiro disse...

Uma saudação amiga de boas-vindas; e que outros mares te tragam a plenitude que tanto desejas e que me parece que já há demasiado tempo te tem sido negada.

Anónimo disse...

Ondas, marés... a vida na sua explosão! Sonhos que se somam, outros que vão surgindo. O meu ser, uma folha na maré da existência entre as ondas revoltas e imprevisíveis. Este é um encanto entre encantos... parabens e beijinhos. Escrever assim não é para qualquer. Mergulhei e senti toda a maresia dessas palavras... agora vou, os meus compromissos chamam-me. Beijinhos

Leonor C.. disse...

A saudade é uma constante no coração de quem ama. As recordações estão sempre vivas naqueles lugares que ficam ,enquanto quem amamos passou. Nesses momentos, sentimo-nos ainda mais sós, tão sós que quase imploramos o esquecimento... Mais uma vez: a vida é feita de encontros e desencontros...