As palavras atropelam-se-me
como a água de uma cascata.
Queria escrevê-las a todas
mas faltam-me forças...
Sou um “robot”. Um monte de sucata,
sou um relógio velho
a quem a corda se partiu.
Sou e não sou uma mulher de lata.
O meu coração parou
quando o meu sonho ruiu
e de mim se foi
quem este peito amou........
As palavras amontoam-se
e o meu desespero aumenta
pois jamais serei quem sou!
Quer chova, quer brilhe o sol,
terei de viver duas vidas:
Uma, aquela que sou,
outra, aquela que fui...
E nas palavras a monte,
não conheço a real,
aquela que ainda vive,
aquela que não acaba
como a água de uma fonte,
para dar de beber a gentes
sedentas de tudo,
como também eu sou... ...
14.04.81
sexta-feira, fevereiro 18, 2005
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