As palavras atropelam-se
como a água numa cascata.
Queria escrevê-las a todas
mas faltam-me as forças...
Sou um “roubôt”.
Um monte de sucata.
Sou um relógio velho
a quem a corda se partiu...
Sou e não sou uma mulher de lata.
O meu coração parou,
quando o meu sonho ruiu
e de mim se foi
quem este peito amou...
As palavras amontoam-se
e o meu desespero aumenta
pois jamais serei quem sou...
Quer chova, quer brilhe o sol,
terei de viver duas vidas:
Uma, aquela que sou.
Outra, aquela que fui...
E nas palavras a monte,
Não conheço a real:
Aquela que ainda vive,
aquela que não acaba...
como a água da fonte,
Sempre feliz e leal
a dar de beber a gentes
que estão sedentas de tudo...
como também eu estou...
Abr.1981
terça-feira, março 22, 2005
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