terça-feira, março 15, 2005

REFLEXÕES


A intemporalidade do tempo é a realidade em que mergulhamos no percurso desse tempo, que não gastamos por não termos tempo que nos chegue para o seu uso.

De todo o tempo que vamos deixando escoar-se, uma parte é para sonharmos, quer estejamos nos períodos de adormecimento físico, quer estejamos vibrantes de vida, mas sonhando.

Por mais belo que seja o sonho, é sem dúvida um desgaste inútil desse tempo que se esvai incontroladamente, pois sendo intemporal não é contável embora para sonhar sejamos reais.

E esvaída em sonhos privei-me do tempo que sem tempo se volatilizou em mil e uma desilusões. E sem tempo e sem ilusões gravito no espaço intemporal da solidão, odiando quem amo e perdendo-me num sem rumo eterno.

A realidade do que é irreal tem-me perseguido num sem tempo constante e sob o sonho inebriante da minha realidade vagueio nesse sonho, que embora perdido neste sem tempo, é simultaneamente o meu tempo de expectativa.

A duplicidade do sonho que foi saudade e que deixou sem luz o que me resta dum tempo que jamais foi meu, arrebata-me o pensamento para o tempo de padecimento, deixando-me no vazio, sem ser sujeito, seja em que sentido for, desmemoriada, sem passado nem futuro, sem tempo na intemporalidade do tempo...





15.03.005
isabel

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