sexta-feira, abril 22, 2005

UM NOVO DIA!



A nossa rua! Os carros da nossa rua. As árvores da nossa rua. As plantas verdes da nossa rua…

Uma nova música acompanha a escrita que sai sem que queira que diga o que a alma sente. Uma nova e mais dolorosa forma de sentir o peso que a atmosfera exerce sobre o peito, que cansado de arfar, se diz cansado para continuar uma corrida por um caminho que não tem fim…

Desejaria também que houvesse um outro sentimento. Uma outra forma de ver, sentir ou esquecer o que passa lentamente frente aos meus olhos e que se desfia pelo pensamento como desfiei um rosário tantas vezes, entre os dedos…gostaria de apagar da memória o roxo dos jacarandás, o vermelho rubro das acácias, o verde especial das papaieiras ou o colorido dos grandes amores-perfeitos que ladeavam o caminho para a entrada de casa… Como seria bom esquecer o quanto pesavam os livros que apertava debaixo do braço nas idas e vindas do liceu, ou mesmo o toque do telefone às oito e meia da noite, para ouvir doces frases ou umas parcelas de “Petite fleur” ou de “La vie en rose”… como seria bom apagar tudo, mas mesmo tudo, desta memória tão cansada.

Olho de novo para as fotos, que postas neste rectângulo onde escrevo, me trazem à memória outras memórias… uns olhos cor de avelã, uma boca viçosa e uma amálgama de pensamentos de destruição do que mais belo a Natureza nos deu…o ser natural. É tão velha a Natureza e sempre tão bela e tão repleta de ensinamentos!

Também não resisti à leitura de uns escritos. Quem tem a arte de escrever o que foi escrito, é irresistível para além do tempo que se tiver…

Gostei tanto de ler esses escritos!

Gostei de olhar de novo para a nossa rua, de observar os nossos verdes, de reler palavra por palavra, como se estivesse a ler a mais bela carta de amor que poderia ter recebido…

Vieram palavras belas, sentimentos profundos para quem só existe na imaginação de quem escreve… e para quem as lê, vêm do além, acabadas de chegar, como promessa de um amor belo e incomensurável…

22.04.05

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