Nem a suave brisa que sobra por esta noite dentro proporciona o tão desejado bem-estar, pelo qual tanto anseio. Estou impaciente e sinto um torvelinho de ideias a emaranharem-se em absurdos pensamentos, acompanhados de acelerações constantes na pulsação.
Jamais deveria ter confidenciado o que em rios de irónicos desesperos me foi atrofiando o pensamento e conduzindo-me a momentos de revolta, transportando-me a mares de solidão, cheios de sons de sereias, rindo do meu soluçar desesperado…
A imaturidade desconcertante com que abri a intimidade dos meus sentimentos, deixa-me à deriva numa orbita incomensurável de destino incerto… Fiquei de repente presa à atracção de astros que poderão ser-me fatais… Indefesa, assustada, indubitavelmente perdida… entre sentimentos que poderão jogar-me em cartadas arriscadas…à mercê da incógnita de uma inequação irresolúvel…
Simultaneamente e sem precedentes, deixei que um elo, me ligasse a ilusões que poderão nem sequer ter significado… apenas ao fenómeno biológico que se operou em mim… a descoberta da realidade que não fora mais do que imaginação até então… Desconcertante!
Mas as confidencialidades trazem cumplicidades… e nem sei se desejaria que houvesse quem partilhasse de meus pensamentos e muito menos das reacções tão desmedidamente belas, que me transportaram ao reino das sensações que as pulsões proporcionam…
O deuses do Limbo gargalharam e Zeus não deixou de fazer soar o ribombar dos seus tambores a anunciarem os festejos de tão gloriosa sensação… Abriu-se o imenso manto de nuvens que cobriam todo o Universo e as estrelas em cadenciadas coreografias dançaram, deixando que sombras fantasmagóricas fizessem desenhos de luz e sombra, quando cruzavam o clarão da lua cheia…
E eis que de olhos presos num imenso fogo de artifício me rendo, num misto de loucura e êxtase… confidenciando que sou mais um demente, entre os demais…
18.06.05
domingo, junho 19, 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
As vezes não é imaturidade, às vezes é solidão...
Enviar um comentário