No meu interior senti o teu chamamento.
Meti-me no carro e aquelas dezenas de quilómetros que nos separam, foram um nada no imenso mundo que temos entre nós: anos luz… tempo… sem tempo e então agora que a ciência anda a descobrir dados novos sobre as teorias de Einstein…
E os nossos suspiros entrelaçaram-se num ror de carícias e ternura. Entre gemidos e ais desbravamos todo um caminho de desconhecimentos… meus desconhecimentos!
Vieram-me à memória os nomes todos que beijaste, os momentos de afago que te fizeram. A tua paixão por aquele nome que balbucias, às vezes, causando-me ciúme e angustia…Porquê? Que fora, ou que tem significado para ti?
Mas o teu suspiro acalmou minhas ânsias e desdobrando-se numa ternura até então desconhecida, fui vibrando como as cordas de um violino… e entrelaçados, como se apenas um fossemos, gemendo como a mais bela melodia celestial, em uníssono trememos e trememos numa volúpia indescritível… e de novo, num recomeço sem início voltaram os nossos suspiros a um baile infernal de ternuras e beijos sem conta…
O tempo passou sem que me apercebesse. Um apito estridente soou no ar e uma voz forte disse por um altifalante que eram horas de encerrar… Olhei em volta e não havia ninguém. Tudo estava alinhado e florido como quando entrara. O céu tomara uma cor entre o rosa escuro e o arroxeado. Levantei-me. Olhei de novo para o mármore muito polido, onde apenas sobressaia o teu nome em letra gótica esculpida e pintada a dourado…esbatido…pelo ror de anos que já lá vão…
Em passos lentos saí, depois de caminhar por todos os arruamentos que me levaram até ao grande portão em ferro trabalhado e pintado de verde escuro…
Vinha tão leve, tão segura, tão eloquente, que nem sei se conduzi ou fui conduzida… e cheguei e aqui fiquei de olhos parados, sem deixar de pensar um momento que fosse, em tudo o vivera…
Por momentos não houve mais ciúme. Conseguira vencer todos os nomes! Era eu! Eu e só eu.
13.05.05
sexta-feira, maio 13, 2005
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